Temos falado de várias línguas ao longo desse tempo. Línguas muito conhecidas, línguas pouco conhecidas, línguas de uso corrente e atual, línguas não tão atuais assim, etc.
Mas, o que falar de uma língua única, da qual nada se sabe e nunca se viu nenhuma referência a respeito? O que falar de uma língua que possui um alfabeto de harmonia e beleza evidentes, mas que não possui nenhum registro anterior ou posterior de escrita similar?
Esse post se refere ao Manuscrito de Voynich. Alguns podem achar que este texto não se encaixa neste blog. Que deveria estar num site sobre os mistérios da antiguidade, do mesmo quilate das Linhas Nazca, a máquina de Antiquítera, os crânios de cristal e assim por diante. Mas a realidade é que esse manuscrito vale a pena ser visto, não só pela curiosidade que nos move, como pela incontestável beleza gráfica de seu alfabeto e suas ilustrações.
Considerado o mais misterioso manuscrito do mundo, o Manuscrito Voynich, resiste, ainda hoje, a todas as tentativas de tradução. Seu nome é uma homenagem a seu descobridor, Wilfrid M. Voynich, que o achou em 1912 em meio a uma coleção de antigos manuscritos encontrada em uma cidade próxima a Roma.
Baseado em várias evidências como caligrafia (forma como o texto foi arranjado), pigmentos usados e o tipo de pergaminho, seu descobridor estimou ter sido criado no século 13. Foi escrito em um alfabeto desconhecido e é bastante ilustrado, trazendo, entre algumas de suas ilustrações, desenhos de plantas não identificadas, figuras humanas nuas, animais, figuras zodiacais e objetos que alguns pensam ser células vivas vistas através de microscópios e outros pensam ser corpos celestes vistos através de telescópios.
Ninguém sabe exatamente a origem do manuscrito. Alguns especialistas acreditam ser europeu e ter sido criado entre os séculos 15 e 17. Não existe outro exemplo conhecido da escrita com a qual o manuscrito foi criado. Seu alfabeto possui letras cuja origem é totalmente desconhecida, não mantendo nenhuma relação entre elas e qualquer outro sistema de escrita europeu. Há suspeitas de que o texto possa estar criptografado e também evidências da existência de duas línguas diferentes dentro do texto.
Sabe-se, através de uma carta enviada por Johannes Marcus Marci, reitor da Universidade de Praga, para Athanasius Kircher, professor jesuíta, datada de 1666, que o manuscrito foi comprado pelo Imperador Rudolph II da Boêmia (1552-1612), famoso pela sua excentricidade e sua paixão pelo esoterismo. Esta carta acompanhava o manuscrito e atribuía a criação do mesmo ao conhecido astrônomo inglês Roger Bacon. De alguma forma, não mencionada na carta de Marci, o manuscrito foi parar nas mãos de Jacobus de Tepenecz, diretor do jardim botânico de Rudolph e é especulado que isto tenha acontecido após 1608, sendo esta data, a mais antiga vinculada ao manuscrito. Muitas propostas de solução foram apresentadas desde então. Mas, serão elas capazes de desvendar a verdade sobre o conteúdo e origem do Manuscrito de Voynich?
Para conhecer melhor o manuscrito você pode acessar o site da Beinecke Rare Book and Manuscript Library.